Companhias pedem a reabertura parcial dos aeroportos nesta segunda-feira (18)
Companhias aéreas já canceleram 63 mil voos por causa da nuvem de cinzas/AP
Ministros dos Transportes dos 27 países afetados pela nuvem de cinzas expelida pelo vulcão Eyjafjallajokull se reúnem nesta segunda-feira (18) para discutir a retomada de até 50% dos voos, após o cancelamento de 63 mil desde o início da nuvem de cinzas no último dia 15.
O prejuízo diário estimado em R$ 360 milhões (US$ 200 milhões) e a insatisfação de 6,8 milhões de passageiros afetados reduziram com a paciência das maiores companhias aéreas da Europa neste sábado (17).
Depois de realizarem voos de teste na França, Alemanha, Inglaterra e Holanda, as empresas passaram a defender a reabertura, ao menos parcial, dos aeroportos. Eles alegam que a fumaça expelida do vulcão não oferece risco às aeronaves.
Os governos também anunciaram as medidas para mitigar os efeitos da paralisação. Na França, uma linha imaginária foi traçada entre as cidades de Nice e Bordeaux, no sul do país. Nove aeroportos civis e cinco militares situados abaixo do limite serão abertos.
Até a noite de hoje, 96 horas depois dos primeiros distúrbios, 30 países haviam fechado total ou parcialmente seus espaços aéreos, entre os quais Reino Unido, França, Alemanha e Holanda.
Companhias
Insatisfeitas com a cascata de cancelamentos de voos – 8.000 no primeiro dia, contra 19 mil de hoje - e com o caos nos aeroportos, as principais companhias aéreas deram início à uma discreta ofensiva política pela liberação progressiva do espaço aéreo.
Em nota oficial, representantes da AEA (Associação Europeia de Companhias Aéreas) e do Conselho Internacional dos Aeroportos (ACI, na sigla em inglês), órgão que reúne operadores aeroportuários, pediram a imediata liberação do tráfego.
Olivier Janovec, diretor-geral da ACI Europa, apelou para o argumento econômico e disse que o impacto do fechamento dos aeroportos já é considerado superior ao 11 de Setembro.
Em nota, a Eurocontrol, entidade que reúne em Bruxelas os escritórios nacionais de controle do tráfego da Europa, afirmou que "nós não tomamos as decisões de abrir ou fechar o espaço aéreo". O órgão alega se basear em projeções meteorológicas e dados científicos para amparar suas recomendações.
Pela manhã, Air France, na França, Lufthansa, na Alemanha, KLM, na Holanda, e British Air, no Reino Unido, realizaram voos nacionais, sem passageiros, nos quais testaram a resistência dos componentes mecânicos e eletrônicos das aeronaves, quando em contato com as partículas de cinzas abrasivas. O resultado impulsionou as empresas à reação contra as autoridades políticas de Bruxelas. Eles alegam que não há risco às aeronaves.
Testes
Na Alemanha, os controladores de voo deram permissão para a realização de algumas viagens, mas somente para destinos específicos. Em Frankfurt e Hahn, por exemplo, foram permitidas viagens de pequeno porte também as 20 horas (17 horas em Brasília), mas apenas para certas cidades ao norte.
Já nos aeroportos de Berlim, Hannover, Erfurt e Leipzig, somente voos para a região leste puderam decolar até as 20 horas. Em Hamburgo, as restrições havias sido retiradas, mas a decisão foi revertida logo depois.
A KLM, realizou alguns voos testes neste domingo e, segundo o diretor-executivo da empresa, Peter Hartman, que estava em uma das aeronaves que decolou, não houve nada "fora do comum". "Se a avaliação técnica confirmar isso, esperamos conseguir o quanto antes a permissão para reiniciar nossas operações", disse.
Steven Verhagen, vice-presidente da Associação de Pilotos da Alemanha, disse que, em sua opinião, "não há absolutamente nenhuma razão em temer o reinício dos voos". "Estamos pedido para as autoridades revisarem a situação, porque nunca há 100% de segurança. É fácil fechar o espaço aéreo porque há alguns riscos. Mas em algum momento deve haver reabertura", completou.
Meteorologistas, porém, alertaram que a situação no céu europeu permanece instável e em constante mudança por conta dos ventos. As erupções vulcânicas regulares e esporádicas também podem afetar a situação, uma vez que pode aumentar repentinamente a quantidade de cinzas na atmosfera.
Arte/R7
Fontes: R7 - O ESTADO - BBC - AP ( Matéria formada com materiais das fontes citadas )
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