Caos aéreo prejudica comércio internacional

As companhias aéreas não estão sozinhas no prejuízo contabilizado por causa do vulcão Eyjafjallahjokull, na Islândia. 

Muitas outras empresas de vários setores da economia mundial sofrem os impactos do fechamento temporário dos aeroportos na Europa. Companhias estão com dificuldades para embarcar seus produtos, tanto matérias–primas utilizadas na produção, quanto produtos industrializados e alimentos.

Grande parte dos aeroportos na Europa já voltou a funcionar no começo desta semana, e a situação tende a se normalizar nos próximos dias, mas nenhum executivo dessas grandes empresas sabe responder com precisão quando seus produtos chegarão aos destinos determinados, ou quando a produção estará totalmente normalizada.

A Nissan, por exemplo, anunciou que está suspendendo de forma temporária a produção de carros em suas fábricas no Japão por falta de peças que viriam da Europa. Segundo a empresa, estão em falta sensores de pressão de ar, importados da Irlanda. Essas peças são usadas para alertar os motoristas que os pneus estão sem ar.

No total, 2.000 carros deixarão de ser produzidos até quinta-feira, quando a empresa espera receber as peças. Por enquanto, a Nissan não sabe quanto perderá com a suspensão da produção. A BMW, também apresenta problemas na produção. Como a importação de peças está suspensa, a montadora resolveu paralisar a produção durante três dias.

No Aeroporto de Bangladesh, produtos ficam parados à espera de liberação para a Europa

Do outro lado do mundo, a Fujitsu também informou que seus laptops estão parados nos aeroportos do Japão. Na Coreia do Sul, a Samsung e a LG não conseguiram embarcar 200.000 celulares para seus destinos, deixando de ganhar 30 milhões de dólares.

Vilarejo global

"Esse vulcão nos faz lembrar que, de fato, vivemos em um vilarejo global. Nem a crise mundial gerada pelo Lehman Brothers em 2008, nem a proliferação do vírus H1N1 tiveram um impacto tão veloz em tantos setores e famílias como essa nuvem de cinzas", afirmou Herbert Puempel, meteorologista chefe da Organização Meteorológica Mundial, ligada à ONU.

Os efeitos chegaram também ao setor alimentício. A maior produtora de peixe do mundo, a norueguesa Marine Harvest, anunciou que reduzirá a produção de salmão nesta semana, já que não tem como exportar o peixe. Redes de supermercados e restaurantes começam a substituir fornecedores europeus por asiáticos e até neozelandeses. A Venos, fornecedora de alimentos para restaurantes na Alemanha, informou aos clientes que não tem como oferecer atum da Índia, pêssegos da África e manjericão do Chipre.

Em Dubai, os supermercados em pleno deserto informam que não haverá frutas da Europa disponíveis nos próximos dias. Alguns países africanos interromperam as exportações de flores e vegetais para o continente europeu.

Eventos adiados

O caos também obriga empresas a mudar suas programações de eventos e encontros. A grife Hugo Boss adiou a apresentação de sua coleção de primavera para algumas das maiores lojas do mundo. Já a Rio Tinto – uma das maiores mineradoras do planeta - foi obrigada a adiar por um mês sua assembleia-geral.

Na ONU, a conferência que negociaria em Genebra um novo acordo sobre o comércio de cacau foi adiada para maio. Delegados africanos dos países produtores não conseguiram chegar.

O caos aéreo

Os problemas na Europa começaram na quinta-feira passada, quando uma nuvem de cinzas provocada pelo vulcão Eyjafjallahjokull interrompeu o transporte aéreo nos céus da Europa. No balanço do caos, ao menos 10 milhões de passageiros foram afetados. No pior momento da crise, domingo passado, 313 aeroportos foram fechados.

Fonte: Veja.com

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