Cidadãos de 14 países sofrerão revista intimidatória
Os passageiros que voem para os Estados Unidos a partir de "Estados patrocinadores de terrorismo" e outros "países de interesse" serão submetidos a técnicas de segurança avançadas, como escaneamento de corpos e revistas a partir desta segunda-feira, informou a Administração da Segurança nos Transportes (TSA) neste domingo, dez dias após o frustrado atentado contra um avião da Northwest Airlines, que ligava Amsterdã a Detroit.
A lista de países cujos passageiros estarão sob vigilância especial não foi divulgada, mas um funcionário do governo falou sob condição de anonimato à agência de notícias Reuters que ela inclui 14 nações, quase todas muçulmanas. Além disso, todos os passageiros de voos internacionais poderão ser submetidos a revistas aleatórias.
A agência de segurança informou que a revista avançada visará voos dos países classificados pelo Departamento de Estado como "patrocinadores do terrorismo" --embora não citados, são Cuba, Irã, Sudão e Síria. O funcionário ouvido pela Reuters disse que completam a lista Afeganistão, Argélia, Iraque, Líbano, Líbia, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, Somália e Iêmen.
Os passageiros de voos vindos desses países serão revistados, terão sua bagagem de mão analisada e poderão passar por técnicas avançadas de detecção de explosivos e exames de imagem, de acordo com o funcionário.
As regras fazem parte da reação americana à tentativa de atentado realizada pelo nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab, que tentou explodir um avião da Northwest Airlines com quase 300 pessoas a bordo pouco antes do pouso em Detroit (norte dos EUA) no dia de Natal.
Ele passou através dos sistemas de segurança em Amsterdã e foi dominado por passageiros e tripulantes após tentar detonar explosivos que trazia ocultos na roupa.
Na sexta-feira, o presidente Barack Obama disse que Abdulmutallab aparentemente era um membro da rede terrorista Al Qaeda e que tinha sido treinado e equipado pelo braço da organização no Iêmen, que assumiu a autoria do atentado frustrado. O próprio Abdulmutallab admitiu ter sido treinado e equipado pela Al Qaeda no Iêmen.
Embaixadas
Neste domingo, EUA e Reino Unido chegaram a fechar suas embaixadas no Iêmen por medo de ameaças terroristas --o comunicado dos EUA admitiu que a origem dessas ameaças era a rede liderada por Osama bin Laden. Os dois países anunciaram também que irão reforçar as polícias iemenitas, em novo esforço de combate ao terrorismo.
No comunicado de hoje, a Embaixada dos EUA em Sanaa diz fechar as suas portas devido às "atuais ameaças da Al Qaeda na Península Arábica" em "atacar interesses americanos no Iêmen". O comunicado não esclarece por quanto tempo essa representação diplomática permanecerá fechada.
Na nota, a embaixada lembra seus cidadãos de que devem "manter um nível alto de alerta" e "pôr em prática medidas de segurança".
Depois dos Estados Unidos, foi a vez de o Reino Unido anunciar o fechamento da embaixada em Sanaa, por tempo indeterminado. No comunicado, a porta-voz da chancelaria britânica se recusou a informar se alguma ameaça específica havia sido feita.
Fonte: FOLHA
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