Nigeriano que tentou explodir avião se declara inocente

Um juiz federal incluiu nos autos na sexta-feira a informação de que Umar Farouk Abdulmutallab se declara inocente das acusações de ter tentado explodir um avião da Northwest Airlines no dia de Natal .

O nigeriano Abdulmutallab respondeu de forma discreta e educada às perguntas do juiz Mark Randon, que incluiu a declaração de inocência quando o advogado do acusado disse que seu cliente iria "permanecer calado" sobre dizer-se culpado ou não.


Nigéria-americanos protestaram do lado de fora do tribunal/AP

Ele foi pronunciado réu por seis acusações, inclusive tentativa de homicídio e tentativa de usar uma "arma de destruição em massa" para derrubar um avião com 289 outras pessoas a bordo.

O incidente provocou uma ampla revisão dos procedimentos de segurança dos Estados Unidos e levou o presidente Barack Obama a assumir na quinta-feira a responsabilidade pelos erros que levaram Abdulmutallab a ser admitido no voo Amsterdã-Detroit . Obama determinou reformas para evitar novos ataques.

As agências de espionagem dos EUA e o Departamento de Estado dos EUA tinham informações sobre a mentalidade radical de Abdulmutallab, mas isso não bastou para colocá-lo em uma lista de pessoas proibidas de embarcar. O acusado foi detido pela ação de tripulantes e passageiros.

Ligado à ala iemenita da Al Qaeda, Abdulmutallab está detido em uma prisão federal em Milan, no Michigan. A audiência inicial durou poucos minutos, e pode abrir caminho para um processo que acarretaria até a prisão perpétua para o réu.

A polícia isolou a rua, coberta de neve, que dá acesso ao tribunal, e limitou a 80 o número de observadores, incluindo jornalistas. Três cães farejadores revistavam quem entrava na audiência.

Cerca de 12 pessoas no lado de fora do tribunal seguravam cartazes com dizeres como "Islã é contra o terrorismo" e "Não em nome do Islã".

Enquanto isso, o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que o uso de scanners de corpo inteiro para revistar passageiros é uma invasão de privacidade necessária para assegurar a segurança dos passageiros.

Ele previu que os viajantes em breve ficarão tão acostumados a isso quanto a tirar os sapatos nas vistorias aeroportuárias.

- Temos, a fim de garantir a nossa segurança, de abrir mão de certa quantidade de privacidade. Temos de usar todos os meios para assegurar que as pessoas possam viajar em segurança. O impacto do (atentado), se tivesse tido sucesso em Detroit, os efeitos em cadeia disso sobre a nossa economia, nosso sistema de comércio, teriam sido enormes - disse disse Holder nesta sexta-feira a uma organização cívica em West Palm Beach, na Flórida.


Fontes: Reuters - O Globo

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