A embaixada dos Estados Unidos no Sudão alertou a seus cidadãos que recebeu informações de que um grupo extremista planeja realizar um atentado num voo comercial entre Uganda e Sudão, segundo informou neste sábado em seu site.
"A embaixada dos Estados Unidos recebeu informações que indicam que extremistas da região querem cometer um ataque mortífero a bordo de um avião da Air Uganda, em um voo de Capala, em Uganda, a Juba, capital do Sudão", indica o site da missão diplomática.
O texto aconselha ainda que os passageiros devem ficar atentos, mas não fornece mais dados sobre a identidade ou afiliação dos citados extremistas.
"Apesar da capacidade desses extremistas para cometer tal ato continue sendo uma incógnita, a ameaça é suficientemente séria para que alertemos todos os passageiros americanos", afirma o comunicado.
A embaixada dos Estados Unidos em Cartum prevê abrir no domingo suas portas, como é habitual, indicou um porta-voz da missão.
As autoridades sudanesas, por outro lado, considerou infundado o alerta dos Estados Unidos.
"Essa ameaça não é séria, nada sustenta essas alegações", declarou à AFP Moawiya Osmane Khalid, porta-voz da diplomacia sudanesa.
"Não fomos informados disso; soubemos ao consultar o site da embaixada. Eles não nos pediram colaboração, e precisavam fazer isso antes de difundir isso à imprensa", acrescentou.
Por outro lado, um avião da Air Uganda, que voava neste sábado entre Campala e o sul do Sudão, voltou por precaução a seu ponto de partida depois do alerta emitido pela embaixada americana, anunciou a Aviação Civil Ugandesa (UCAA).
"Nós recebemos esta informação sobre uma ameaça", afirmou o porta-voz da UCAA, Ignie Igunduura.
"Um avião voava entre Entebbe (perto de Campala) e Juba, e a torre de controle entrou em contato com ele. O avião voltou para Entebbe", acrescentou, precisando que nenhum incidente foi constatado a bordo. "Mas nenhum piloto pode ignorar uma ameaça dessa natureza", enfatizou.
Esta situação acontece num contexto de crescentes temores sobre possíveis ações terroristas.
O presidente Barack Obama acusou a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) de ter treinado e equipado no Iêmen o nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab, que tentou detonar em 25 de dezembro um explosivo a bordo de um avião americano entre Amsterdã e Detroit (Estados Unidos).
Na véspera, o nigeriano declarou-se inocente, em sua primeira aparição no tribunal, organizada sob forte esquema de segurança.
Abdulmutallab, de 23 anos, falou suavemente do banco dos réus para confirmar seu nome e idade. Além disso, afirmou compreender as seis acusações formalmente feitas contra ele.
A advogada Miriam Siefer, apontada pela corte para defendê-lo, apresentou sua declaração de inocência para as seis acusações, incluindo tentativa de homicídio de 290 pessoas a bordo de um avião e tentativa de utilizar armas de destruição em massa. Se condenado, pode pegar a prisão perpétua.
Abdulmutallab, filho de um próspero ex-banqueiro nigeriano, foi preso depois do atentado frustrado da Al-Qaeda contra um voo da companhia Northwest Airlines que ia de Amsterdã para Detroit no dia 25 de dezembro. Ele tentou detonar uma substância explosiva que estava escondida dentro de sua cueca, mas conseguiu apenas um princípio de incêndio e foi rapidamente imobilizado pelos passageiros.
Fonte: AFP
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